EDUARDO DE ARRUDA SIMÕES
( Brasil - São Paulo )
ANUÁRIO DA POESIA BRASILEIRA 1995. Organizador : Laís Costa Velho. Rio de Janeiro: CODPOE – Cooperativa de Poetas e Escritores, 1995. 116 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
CAMINHO DOS BUDAS
Se a vida parece essa coisa bem chata / bem feia / na linha cinzenta da humanidade / é por viveres com a
luz apagada, construindo nossa casa na areia.
Não me assusto se nascermos e morrermos por tantas
se tantas vezes , / sem conseguir escapar da roda. /
O caminho de todos os Budas tem sido deixado de
lado, / rejeitado por aclamação.
NEM TEÍSTA NEM ATEU
Eu não sou contemporâneo, / vivo no mundo há
mais tempo, / tenho cinco, sies, dez mil anos...
O Deus que agora entendo, / que está fora, /
não é judeu, / não é cristão, / não é espírita, /
nem muçulmano. / Vive no centro do Ser / lá
dentro do Ser, / lá dentro do seu palácio, / sem
nenhuma teoria.
O Deus criado aqui fora, / pensado pelos papa-
gaios, / construiu o mundo em seus dias, / no
sétimo descansou, sentado num trono do céu, /
observando todo mundo, / com olhos de espião.
Muito velho, / muito alto, / com barba bastante
comprida , / e semblante ameaçador, /serve
hoje de consolo para as massas dependentes, /
dos centros, s/ dos templos, / igrejas, / mes-
quitas, / e outras formalidades...
(IN A POESIA NÃO MORREU, NEM EU, à sair)
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Página publicada em agosto de 2023
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